quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

O Papel do MNLM na Luta por Reforma Urbana frente ao Governo de Extrema Direita




            Viveremos momentos duros, em especial aqueles que vivem e lutam nas periferias das Cidades pois viveremos de maneira mais aguda os efeitos da Ordem Bolsonariana com o congelamento/corte de recursos em áreas extremamente sensíveis como educação, saúde e assistência social, com a destruição das políticas habitacionais, com o aumento do custo de vida, com a diminuição da renda, a ampliação da violência policial, e a repressão e criminalização dos movimentos populares. Enfim o primeiro estrago será onde a vida já é mais difícil. Portanto é urgente que conjunto do MNLM e demais organizações da Luta Por reforma Urbana aprofunde temas fundamentais, não apenas para resistir ao ataque aos direitos e as condições materiais da vida do povo, mas principalmente para nossa sobrevivência como Organização de Luta e resistência do Movimento Popular

Desde o discurso da vitória de Bolsonaro estamos sendo atacados diretamente de maneira explicita, com ameaças de perseguição política, judicial, policial, militar e paramilitar, agravado com a possibilidade do excludente de ilicitude. Também com a tentativa de enquadrar as ações de luta e pressão do movimento sobre o Estado como terrorismo.    Cabe aqui um destaque o Bolsonaro tem falado muito em uso de arma de fogo para “legitima defesa de sua propriedade; que propriedade privada é sagrada ; e que invasão é Crime”. Paralelo a isso o Governo desmonta completamente o Ministério das Cidades extingue por decreto o Conselho Nacional das cidades (junto com diversos conselhos) reduz ao extremo o orçamento de áreas centrais como a habitação e saneamento básico.

Nossas entidades serão atacadas via denúncias e campanhas de desmoralização, perseguições do poder judiciário e MP, os convênios e políticas públicas que desenvolvemos serão questionados e denunciados (por qualquer coisa, mas serão).
            A ordem é que se restrinja os espaços institucionais de participação democrática, conselhos de direitos conselhos gestores de fundos conferências tudo isso já está sendo desarticulado. Os espaços de fala publica nas mídias como rádio, TV e jornais será cada vez mais restrita tendo em vista a política do Fascismo no controle da informação (eles vão matar a mingua as mídias que não se adaptarem)
           
Por consequência das políticas econômicas ultra neoliberais nosso povo vai passar a perceber com mais intensidade a destruição dos serviços básicos de saúde e educação assistência social e moradia, por conta da PEC do congelamento dos gastas por 20 anos e ainda restam 18 anos onde esses serviços iram minguando ano a ano deixando a população em uma situação de vulnerabilidade gravíssima. Uma população que está sentido o impacto do desemprego e da reforma trabalhista pois cada vez mais cai a renda do trabalhar e cada vez mais o trabalho informal e precarizado e as alternativas de trabalho no crime cresce como única alternativa de renda.  
           
Caminhda Nova Sta Marta pelo PAC 2007
Ocupação predio do INSS no Forum Social Mundial 2005 atualmento Assentamento Utopia e Luta 



O desemprego, a redução da renda, as mudanças no mundo do trabalho –cada vez mais precário e sem local exato. Somado a questão do fim dos programas habitacionais e o peso que a questão do aluguel vem se apresentando nos levantamentos doe déficit habitacional.  Estes elementos constroem um cenário onde a tendência é o aumento das ocupações espontâneas geralmente em áreas precárias ou improprias para habitação. Por isso precisamos urgentemente construir uma estratégia nacional para retomadas das ocupações de áreas e prédios que não cumpram a função social

            Por outro lado os proprietários de terras urbanas buscarão preservar e/ou reintegrar suas áreas. Durante os últimos anos muitas áreas públicas e privadas ocupadas foram sendo mediadas com a perspectiva de solução através de investimentos públicos ou do PAC ou do MCMV, agora com a fim declarado destes investimentos a elite trata de resgatar seu patrimônio retomando os processos de reintegração de posse e de despejos forçados.  Neste sentido é necessário garantir as áreas já ocupadas, construindo soluções para consolidação e regularização fundiária destas áreas já ocupadas, além de resistirmos organizados é central fortalecer e construímos redes de apoio e solidariedades capazes de interferir no processo e na sociedade obrigando o Estado Brasileiro a se envolver com a garantia deste direito. Ou veremos a uma onda crescente de despejos de centenas de áreas ocupadas por milhares de famílias

Ainda é necessário retomarmos o trabalho de base com as famílias que conquistaram suas moradias, elas devem ser exemplo de como é possível conquistar e devem dar exemplo de continuar envolvido no MNLM. Bem como deve fazer parte da estratégia para o próximo período a questão da permanência das famílias e melhoria das condições de vida nas áreas conjunto habitacional e loteamentos conquistados. De nada adianta lutar e organizar as comunidades apenas até a conquista da terra. É fundamental que o MNLM qualifique a sua intervenção nos temas que dizem respeito ao cooperativismo e a economia popular e solidaria, nas questões da cultura, do meio ambiente, das relações sociais nos territórios conquistados ampliando os espaços de troca, socialização e tomada de decisões nas comunidades.
No mesmo grau de importância está a tarefa de preparar nossas lideranças para intervenção na luta geral dos trabalhadores como a questão da saúde, transporte, educação, assistência social trabalho previdência. Uma intervenção que parta da realidade que nosso povo vive, esta é uma contribuição fundamental que o MNLM pode dar a luta geral dos trabalhadores e trabalhadoras
Nestes meses que antecedem nosso Congresso este texto é uma provocação ao debate, ao longo da caminhada fizemos muito acertamos e erramos é necessário apreender com isso tirar lições de nossa experiência e seguir lutando, resistindo, reagindo e avançando.
Viva  o Poder Popular
Viva o MNLM
Cristiano Schumacher
Militante do MNLM
05/02/2020

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